segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Terapia genética ajuda a reduzir tremor de doentes de Parkinson

 

A injeção de genes que produzem dopamina diretamente na região do cérebro que controla o movimento do corpo foi capaz de reduzir os tremores dos portadores da doença
A injeção de genes que produzem dopamina diretamente na região do cérebro que controla o movimento do corpo foi capaz de reduzir os tremores dos portadores da doença

O primeiro estudo clínico de uma nova terapia genética para o tratamento do Mal de Parkinson mostra que a injeção de genes que produzem dopamina diretamente na região do cérebro que controla o movimento do corpo foi capaz de reduzir os tremores de pacientes que sofrem da doença. De acordo com um artigo publicado na noite desta quinta-feira (9) na revista médica The Lancet, o tratamento foi feito em 15 pacientes com idades entre 48 e 65 anos que já tinham sido diagnosticados com Parkinson há pelo menos cinco anos.
Os médicos responsáveis pela terapia genética afirmam que todos os pacientes apresentaram melhoras nos sintomas e, apesar de todos também terem apresentado efeitos colaterais, eles foram considerados “de leves a moderados”.
Os tremores, os membros rígidos e a perda de equilíbrio, alguns dos sintomas que caracterizam a doença resultam da falta de dopamina, um neurotransmissor produzido por um grupo de células nervosas. O Mal de Parkinson provoca a morte progressiva destas células, e por isso, o quadro dos pacientes é degenerativo.
De acordo com a revista The Lancet, atualmente o tratamento mais usado para a doença é a droga levodopa, substância que o cérebro converte em dopamina. Porém, a morte das células com o passar do tempo acaba reduzindo a eficácia do tratamento. Entre outros efeitos disso está o desenvolvimento de espasmos musculares involuntários nos pacientes.
O tratamento ProSavin, objeto do estudo clínico, usa um vírus inerte para transmitir três genes capazes de fabricar dopamina à região do estriado, que controla o movimento. Segundo o professor Stéphane Palfi, do grupo Henri-Mondor Albert-Chenevier, da França, afirmou à revista, a intenção é “converter neurônios do estriado que não produzem dopamina em fábricas de dopamina para substituir a fonte constante de dopamina que se perdeu por causa do Mal de Parkinson”.
Para testar a segurança, a tolerabilidade e a eficácia de três doses diferentes do tratamento, o estudo categorizou os 15 pacientes em uma escala de funções motoras. Entre os itens desta divisão estão a fala, os tremores, a rigidez, o movimento dos dedos, a postura, o andar e a bradicinesia (a dificuldade ou lentidão em inicar movimentos voluntários).
Após a cirurgia de injeção da substância, os pacientes foram monitorados durante 12 meses. Segundo os resultados do estudo, 11 pacientes apresentaram espasmos musculares enquanto estavam sob a influência do medicamento, e nove apresentaram outros efeitos colaterais, de leves a moderados.
O estudo afirma ter registrado uma “melhora no comportamento motor foi observado em todos os pacientes”. De acordo com o professor Palfi, porém, embora a eficácia registrada seja promissora, “a magnitude dos efeitos está dentro do intervalo de placebo apresentado em outros estudos clínicos do Mal de Parkinson que usam técnicas cirúrgicas, e deve ser interpretada com cuidado”. Segundo ele, a conclusão do estudo é que essa abordagem terapêutica proporciona uma substituição contínua e estável de dopamina, restrita a uma região do cérebro que não tem a substância, e pode se tornar um tratamento efetivo de longo prazo sem provocar complicações comportamentais.
Atualmente, a doença afeta cinco milhões de pessoas em todo o mundo e é o segundo mal neurodegenerativo mais comum, depois do Alzheimer.
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Fonte: G1

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