sexta-feira, 31 de outubro de 2014

EBOLA FOTOS

Passageiros de países afetados pelo ebola terão temperatura medida ao chegar no Brasil


Eles também receberão cartão com orientações, 

segundo anunciado nesta sexta pelo Ministério da 

Saúde






O Ministério da Saúde anunciou nesta sexta-feira medidas de prevenção para impedir a chegada ao Brasil da epidemia de ebola na Áfica Ocidental. Segundo a pasta, todos os passageiros vindos dos países afetados pelo surto (Guiné, Serra Leoa e Libéria) receberão um cartão com orientações sobre sinais da doença. Além disso, funcionários nos terminais aéreos colherão informações sobre a origem dessas pessoas, que terão ainda sua temperatura corporal aferida, já que um dos principais sintomas da doença é a febre alta.

 É ineficaz fazer scanner de temperatura. Nós consideramos ineficaz. O scanner de temperatura pelos quais todos os passageiros passam, isso nós não estamos fazendo nem vamos fazer. O que estamos fazendo é a pessoa que se autodeclara (vinda de um país afetado) vai para entrevista, ou a identificação pelo passaporte. Essas pessoas, que é uma percentagem pequeníssima, de uma a cada 40 mil passageiros internacionais que chegam entre brasileiros e estrangeiros, passam por essa avaliação. Estamos focalizando para esse pequeno grupo que vem de lá — disse Barbosa.Segundo o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, a nova medida já começou a ser adotada nesta sexta-feira no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, a principal porta de entrada no país, que recebe 78,5% dos passageiros vindos do exterior. Em ocasiões anteriores, o Ministério da Saúde havia dito que a medição generalizada de temperatura era ineficaz no controle da doença. Nesta sexta-feira, o ministério voltou a dizer isso. Segundo a pasta, o que será feito agora é uma medida focalizada, voltada para um pequeno grupo. A temperatura será aferida por um método não invasivo, por meio de um equipamento semelhante a uma pistola, sem necessidade de contato direto com o corpo.
A ação será realizada pelo Ministério da Saúde juntamente com a Polícia Federal, Receita Federal e a Anvisa. Segundo o secretário, desde o começo do ano, chegaram a Guarulhos apenas 529 passageiros vindo da Líbéria, Serra Leoa e Guiné. Quem vem desses lugares receberá uma orientação por escrito em quatro idiomas: português, inglês, francês e espanhol. Até o final de novembro, o aeroporto do Galeão, no Rio, responsável por 16,3% dos passageiros de voos internacionais, e o de Fortaleza (3%), também adotarão a medida. Depois será a vez do aeroporto de Brasília (1,5%), além de Viracopos, em Campinas (SP), e Salvador.
"Atenção - Seu processo imigratório está concluído e você será autorizado a entrar no país. Entretanto, devido à necessidade de monitorar os viajantes oriundos de áreas afetadas pela epidemia de ebola, sua temperatura corporal será verificada por método não invasivo. Além disso, você responderá a um questionário e receberá orientações de interesse para sua saúde. Após este procedimento, o seu passaporte lhe será entregue pela autoridade sanitária brasileira. Agradecemos a sua colaboração", diz o texto da orientação dada aos passageiros vindos dos três países.
Agentes da imigração identificarão viajantes vindos de Guiné, Serra Leoa e Libéria ou que tenham nacionalidades desses países. Eles serão encaminhados ao posto da Anvisa para responder a um questionário e ter sua temperatura aferida. No posto, depois da entrevista, será entregue material com informações para o viajante sobre o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Serão colhidas dele informações como áreas afetadas pela doença por onde o viajante passou e se ele teve qualquer contato com doentes.

O ministério destacou que não há voos diretos entre o Brasil e esses três países. Isso diminui as chances de transmissão e aumenta a possibilidade de que os passageiros já tenham passado por outras duas triagens: uma no país de origem, e outra no país onde fizeram conexão antes de chegar ao Brasil.
O Ministério da Saúde destacou também orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que não devem ser adotadas medidas de restrição ao comércio e viagens às áreas afetadas. O mais efetivo para controlar a epidemia é a interrupção da transmissão do ebola nos países afetados. Por isso, informou o ministério, o Brasil vem colaborando com doações de medicamentos, materiais, alimentos e recursos para a OMS e os três países africanos.O ministro da Saúde, Arthur Chioro, criticou a Austrália, que está negando visto a pessoas dos três países afetados pelo ebola.
— Não tem nenhum sentido, não tem nenhuma recomendação da OMS. É uma medida que não adotaremos — disse Chioro.

Nenhum comentário: