quarta-feira, 5 de novembro de 2014

AUMENTO DA GASOLINA LIBERADO PELO GOVERNO FEDERAL

Governo dá aval a reajuste da gasolina, que sai até o fim do mês 


Objetivo é minimizar impacto no índice 

de inflação deste ano



 BRASÍLIA - Durante a reunião do Conselho de Administração da Petrobras, presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que durou nove horas, a companhia foi autorizada pelo governo federal a promover um aumento nos preços da gasolina e do óleo diesel quando julgar o momento adequado. Segundo uma fonte próxima à estatal, pelo que “foi combinado" , o reajuste deverá ocorrer até o fim de novembro. Com isso, segundo outra fonte, o impacto do reajuste na inflação deste ano será bem pequeno. No ano passado, a orientação do governo foi a mesma. Para evitar impactos maiores no IPCA, a Petrobras anunciou no dia 30 de novembro de 2013 aumento de 4% no preço da gasolina e de 8% no diesel, nas refinarias.Segundo as fontes, a alta deste ano deverá ficar entre 4% e 5%. Assim, dizem, a estatal vai conseguir recuperar parte das perdas acumuladas neste ano, com a defasagem dos preços, quando vendia a gasolina e o diesel em suas refinarias a preços inferiores aos que comprava do mercado externo. Na semana passada, devido à queda das cotações do petróleo no mercado externo, o preço da gasolina no Brasil estava 1% acima do cobrado no exterior, segundo cálculos do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE).Graça: ‘Reajuste pratica-se’Após nove horas de reunião, em Brasília, os conselheiros deixaram o escritório da Petrobras sem adiantar nenhum detalhe sobre o reajuste dos combustíveis.Ao deixar a reunião, no início da noite, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse apenas que reajuste da gasolina “pratica-se”. Indagada sobre o possível aumento no preço dos combustíveis, respondeu:
— Reajuste de gasolina não se anuncia. Pratica-se.Nesta terça-feira, a cotação do barril de petróleo, tipo Brent, fechou com queda de 2,4%, a US$ 82,7. Já o óleo diesel ainda estava com uma defasagem da ordem de 4,3%. De janeiro a agosto, a Petrobras acumula uma perda de cerca de R$ 2,4 bilhões, por conta de o gasto com a importação de derivados ser superior à receita obtida com a gasolina e o óleo diesel no mercado doméstico. As ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da estatal tiveram queda de 0,2% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). As ordinárias (ON, com direito a voto) encerraram estáveis.Ficou acertado ainda que o Conselho de Administração volta a se reunir no próximo dia 14 para aprovar o resultado financeiro do terceiro trimestre deste ano, já que os resultados da companhia e não foram analisados na reunião de ontem. Na última sexta-feira, disse uma fonte, a PriceWaterHouse (PwC), consultora responsável por auditar o balanço da Petrobras, se recusou a aprovar o resultado, já que o presidente da Transpetro, Sergio Machado, teve seu nome mencionado durante depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa no âmbito da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF). Costa revelou ter recebido propina de Machado em uma licitação de navios. Pressionado pela PwC, o Conselho da Petrobras acabou afastando Machado, que entrou com pedido de licença por 31 dias na última segunda-feira.
 Segundo uma fonte, a reunião de ontem ocorreu em um clima tranquilo e “o assunto Sergio Machado não foi mencionado". A reunião levou nove horas porque foram feitas longas apresentações técnicas. Uma delas foi sobre a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Foram discutidas ainda a adoção de novas regras de governança interna na companhia para evitar novos casos de irregularidades, como as denúncias envolvendo o ex-diretor Costa, que está em prisão domiciliar após ter revelado à PF detalhes de desvios de recursos em várias obras da estatal.A refinaria de Pernambuco ainda não recebeu autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para entrar em operação, prevista para esta terça. A ANP informou que está analisando os documentos que foram entregues pela estatal.

Em meio às denúncias de irregularidades e superfaturamento em vários de seus projetos, a Petrobras decidiu realizar uma pesquisa junto a um grupo de acionistas pessoas físicas. Segundo a empresa, a pesquisa tem o objetivo de saber quais são as opiniões a respeito de investimentos, os negócios e atividades. A pesquisa está será feita pela empresa Checon Pesquisa, contratada pela Petrobras. O grupo de acionistas pessoas físicas que participará da pesquisa será escolhido por sorteio.

Nenhum comentário: